Des(caminhos) do amor e seus labirintos em Amor Cruel, Amor Vingador de Maria José de Queiroz

Resumo

Esta pesquisa tem como proposta apresentar uma análise ficcional da obra Amor Cruel, Amor Vingador (1996), de Maria José de Queiroz, em especial, dos cincos contos que compõem a narrativa – “O Juramento”; “Velho com mulher moça”; “Iniciação ao tratado do desespero”; “Ritinha-Chiquê ou A hora do carvoeiro” e “A morte ao pé da letra” –, buscando compreender seus enigmas e labirintos. Neles, percebe-se um enredo baseado nas dualidades do amor, tramas que descrevem minuciosamente o bem e o mal e histórias enigmáticas, amores doentios que irão ocasionar assassinatos e suicídios. A nossa investigação consiste na pesquisa de cunho bibliográfico crítico-teórico, dedutivo e analítico. Utiliza-se para discussões autores, como Maria Lúcia Barbosa (2018), Lyslei Nascimento (1995), dentre outros. No desenrolar da narrativa, nota-se que os narradores chamam nossa atenção para as histórias de suspense e tramas policiais enveredadas pela descrição das classes marginalizadas – por exemplo, as mulheres que, marcadas pela necessidade de pertencerem ao universo masculino, erigem estratégias de resistência ao silenciamento. Portanto, o amor e o ódio nos enredos de Maria José de Queiroz, de maneira denunciativa, metaforizada e irônica, apontam para acontecimentos que representam as mazelas sociais, como, patriarcalismo vigente e a desigualdade entre os sexos, como forma de evidenciar o poder masculino na sociedade.