Imitation
ARK:
https://n2t.net/ark:/35231/pergaminho.v1n1.15Abstract
O entardecer põe fogo no mundo
e todos os seres ardem
a volúpia do dia findo.
A noite, vindo, não é água de riacho
molhando as têmporas de alívio.
A luz que nos banha sol não é,
(nem é delírio)
lâmpada do quarto incandescente
auréola de sonhos intranquilos.
A camisa azul cor de turquesa,
firmamento celeste e impassível,
(impossível?)
ares de pijama mortiço.
Umas meias imovediças
traçadas com mãos de brancura,
(fragilíssimas porcelanas)
cacos chuviscados em noite escura.
Só a madrugada eu não visto
(nem calço sobre uns pés aflitos)
e ela se acerca como um deus perdido,
Colosso que é, e terrível.
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