O Canto do Griot

Autores

  • Raimundo Soares

ARK:

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Resumo

A flor, seu nome musgo e pedra,

Igual Briseida também filha de Apolo

ilumina os dentes do dia

e a Fonte da Miquilina treze dias após

o silêncio de Deus

 

as ruas são travessia sem um Estige,

São Jorge de turbante pelo Caminho Grande,

anjos de pedra ateiam fogo na neblina,

só o clarão do verbo iluminando os sonhos,

é o instante passando sem mim

 

e sou terra ainda, poeira e lama

do Reino de Nanã,

onde as horas, folhas e sombras

sob a igreja da matriz

tem a fundura das águas sem nome

 

ah, Itapecuru, sepultados estão

os teus orixás,

teu babalaô, o velho Policarpo

descansa nos campos da paz,

sozinho, seu tambor silenciado,

 

grandes pássaros devoram o tempo

e trêmulo, as mãos cheias de memórias,

peço suas bênçãos, pais antigos

é chegada a hora, a esperada hora

de também ver o abismo.

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Publicado

24.12.2021

Como Citar

SOARES, R. O Canto do Griot. Revista Pergaminho, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 143, 2021. Disponível em: https://revistapergaminho.aicla.org.br/index.php/pergaminho/article/view/16. Acesso em: 21 nov. 2024.